José Manuel Bolieiro propõe novo pacto linguístico e cultural no espaço ibero-americano
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Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, participou, esta terça-feira, à distância, na sessão de abertura da IV Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2025), que decorre na cidade da Praia, em Cabo Verde.
A iniciativa, organizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), reúne mais de 70 especialistas de 12 países, que, ao longo de vários dias, debatem o papel das línguas portuguesa e espanhola no mundo contemporâneo, bem como a valorização das línguas autóctones e da diversidade cultural.
Depois de três edições realizadas em países da América Latina, a conferência chega pela primeira vez ao continente africano. A escolha de Cabo Verde e da sua capital tem um significado que ultrapassa o simbolismo: representa uma opção estratégica que reforça os laços históricos, culturais e linguísticos entre continentes, promovendo a aproximação entre povos e a construção de uma cidadania mais inclusiva e global.
Este ano, a realização da CILPE na Praia coincide com dois marcos relevantes: os 75 anos de existência da OEI e o 50.º aniversário da independência de Cabo Verde, o que reforça o carácter comemorativo e cooperativo desta edição, centrada na defesa dos valores da educação, dos direitos humanos e da cooperação cultural e linguística entre os mundos lusófono e hispânico.
Entre as personalidades presentes no programa destacam-se figuras como o Cardeal José Tolentino de Mendonça, o académico Darío Villanueva, membro da Real Academia Española, e o ex-Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, a par de investigadores e decisores políticos de toda a comunidade ibero-americana.
O líder do executivo açoriano saudou a realização do evento e sublinhou a importância da escolha de Cabo Verde como “exemplo vivo de diálogo e de interculturalidade”, lembrando também os fortes laços que unem o arquipélago cabo-verdiano aos Açores, onde reside uma expressiva comunidade cabo-verdiana.
O governante destacou o papel da Macaronésia, que integra os arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, como “ponte natural entre continentes”, sublinhando que “o oceano partilhado não é barreira, é elo”, e referiu ainda a posição singular dos Açores como a região europeia mais próxima das américas, um território que historicamente tem servido de ponto de encontro entre culturas e civilizações.
José Manuel Bolieiro defendeu a criação de um Pacto Atlântico Ibero-Americano, centrado na gestão partilhada dos recursos culturais e naturais.
“Os Açores têm não só o interesse, mas também o dever de participar ativamente neste desígnio coletivo”, afirmou o Presidente do Governo dos Açores.
E acrescentou: “que esta conferência inspire novas pontes de cooperação e reafirme o papel das nossas línguas como instrumentos de união e de futuro entre povos e continentes”.
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