Bloco vota contra Orçamento da coligação porque “não se constrói uma alternativa viabilizando a política que se quer mudar”
“Não se constrói uma alternativa viabilizando a política que se quer mudar”, afirmou hoje António Lima, reforçando o voto contra do Bloco de Esquerda ao Plano e Orçamento da Região para 2026, e assinalando que “para existir uma política alternativa à direita que governa, é preciso construí-la, afirmá-la, lutar por ela”.
A alternativa do Bloco centra-se numa “economia com justiça e inovação”, e na construção de “uma sociedade com mais igualdade e solidariedade, onde quem trabalha não seja pobre”.
O Bloco apresentou um conjunto de 30 propostas de alteração que pretendem “construir e afirmar uma alternativa à coligação de direita”.
Transformar o Serviço Regional de Saúde num serviço “com as pessoas no centro, reinventando a forma como se organiza e que respeite quem nele trabalha e o faz funcionar” e trazer “a escola pública para o século XXI”, colocando “os alunos no centro da construção do seu conhecimento”, são objetivos do Bloco de Esquerda.
Em relação à economia, no encerramento do debate na generalidade, António Lima destacou que 22% dos trabalhadores nos Açores têm um salário base abaixo dos 1000 euros, 10 mil dos quais trabalham no alojamento e restauração.
“Os lucros nunca foram tão grandes no turismo, os hotéis praticam preços de cidades ricas, mas os salários são a miséria de sempre! É por isso que, numa região com quase pleno emprego, a pobreza é estratosférica”, lamentou o deputado do Bloco.
Para combater a crise da habitação, “que sufoca as famílias”, o Bloco propõe o aumento de investimento em habitação pública, a regulação do mercado de alojamento local e uma política que fomente o arrendamento de longa duração. “As casas têm de deixar de ser um produto turístico”, defendeu António Lima.
O deputado do Bloco criticou o Orçamento também por consolidar uma “economia da desigualdade”, porque se recusa a aumentar o salário mínimo regional e porque abdica de receitas para manter borlas ficais aos rendimentos mais elevados e aos lucros das empresas.
Nos serviços públicos persistem hoje os mesmos problemas de há cinco anos: a Saúde está capturada por interesses económicos e a Educação sofre com o sufoco financeiro.
António Lima assinalou que os últimos anos mostram que os “planos de investimento apresentados não são para levar a sério” porque “o que o governo diz não se escreve e o que escreve não se cumpre”.
O Bloco quer construir uma sociedade com mais igualdade e solidariedade, onde seja erradicada a violência e a desigualdade de género, que não adie permanentemente a cultura, que dê respostas determinadas à população sem-abrigo, que enfrente com coragem os pesados indicadores sociais dos Açores, que não feche os olhos às dependências, e que conserve e regenere o nosso património natural.
“Estamos cá para ajudar a construir o futuro, um futuro melhor para os Açores”, concluiu António Lima.
POR - Comunicado de imprensa- 26/11/2025 - Bloco de Esquerda Açores
/ O Breves Jornal / breves tv
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