SATA. “Transparência” é matriz do Governo de Coligação
O
deputado do PSD/Açores Paulo Simões realçou hoje que a “transparência” tem sido a matriz do Governo da Coligação PSD/CDS-PP/PPM no processo da privatização da SATA Azores Airlines, apoiando a criação de uma Comissão para acompanhar os procedimentos.
O parlamentar social-democrata interveio esta manhã no debate de urgência sobre “a situação do grupo SATA”, na Assembleia Legislativa Regional, cujos trabalhos decorrem até sexta-feira.
Na ocasião, Paulo Simões lembrou que foram as governações socialistas as “responsáveis por afundar a SATA”, cabendo agora ao Governo da Coligação PSD/CDS-PP/PPM a resolução do legado que deixaram.
“Ouvimos aqui o PS falar da SATA como se os seus governos tivessem passado o testemunho, tivessem passado a SATA a este governo, uma empresa robusta, financeiramente sólida, com dados e resultados positivos”, disse.
“Infelizmente, não é essa a verdade. Não foi este governo que deteriorou e destruiu a SATA, essa destruição foi feita pelo Partido Socialista”, acusou.
Paulo Simões recordou também que “a última vez que a SATA se manteve estabilizada, data de 2007, até à saída do CEO Manuel António Cansado. A partir da sua saída, a SATA andou numa montanha-russa de resultados positivos e negativos, até chegarmos a 2012, ano a partir do qual se assistiu a um total descalabro”.
Em 2017, prosseguiu o membro da direção do grupo parlamentar, o PSD/Açores “propôs um pacto de regime com um documento formal, com vista a resolver os problemas da SATA, ao que o PS fez ouvidos de mercador”.
“Nem se dignaram a responder ao PSD nessa altura”, apontou, lamentando que o PS “tem duas caras, uma quando está na governação, outra quando se encontra na oposição”.
O deputado social-democrata colocou em cima da mesa, a cronologia da evolução financeira da empresa desde 2018 a 2024.
“Em 2018, a SATA internacional teve um prejuízo de 63,4 milhões de euros. Em 2019, cerca de 56 milhões de euros. E passamos para a governação PSD/CDS-PP/PPM. Em 2021, 50,3 milhões de euros. Já houve uma melhoria. Em 2022, 34,2 milhões de euros”, explanou.
Além disso, baixou os prejuízos em 30%, vincou.
“Ou seja, quando a SATA obteve o seu pior resultado dos anos socialistas, em 2018, o cenário que se vivia na economia regional, nacional e macroeconómica, era favorável, como indicou inclusivamente o relatório do Tribunal de Contas”, explicou.
“Já a governação da Coligação depara-se com duas guerras e uma crise inflacionista, para não falar que está a pagar ainda dívidas decorrentes da aquisição do Cachalote que deixou a empresa sem recursos financeiros para pagar vencimentos em 2018, vendo-se obrigada a recorrer à banca”, elencou.
Nessa altura, um relatório de um Tribunal de Inglaterra apontava que “além de problemas financeiros, verificavam-se também problemas de organização, notando que o sistema de contabilidade da SATA estava em desordem, ao ponto de ser difícil à empresa apresentar números fidedignos”, indicou.
“Entretanto, a CFO, a diretora financeira Teresa Gonçalves, ainda neste relatório do Tribunal de Inglaterra, refere que a SATA estava fortemente endividada e que se registaram sérios problemas do fluxo de caixa, em 2019”, acrescentou.
Por fim, Paulo Simões sublinhou que o PSD/Açores aprova a constituição de um grupo de trabalho, no âmbito da Comissão da Economia para acompanhar a privatização da SATA, pugnando-se “pela total transparência, pois nunca tivemos nem temos nada a esconder”.
POR - PSD/Açores | Gabinete de Imprensa-Horta, 9 de dezembro de 2025 -
FOTO – Paulo Simões / O Breves Jornal / breves tv
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