Programa ‘Gerar Percursos Sociais (GPS)’ aplicado em contexto prisional - Prémio ISPA 2020 atribuído a programa de prevenção e reabilitação de reclusos | Jornal “O Breves”–“ Breves TV Online”

Programa ‘Gerar Percursos Sociais (GPS)’ aplicado em contexto prisional Prémio ISPA 2020 atribuído a programa de prevenção e reabilitação de reclusos O Prémio ISPA 2020, que tem o objetivo de distinguir jovens cientistas na área da Psicologia e Ciênci...

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Programa ‘Gerar Percursos Sociais (GPS)’ aplicado em contexto prisional - Prémio ISPA 2020 atribuído a programa de prevenção e reabilitação de reclusos

Data: 2020/06/16
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Programa ‘Gerar Percursos Sociais (GPS)’ aplicado em contexto prisional

Prémio ISPA 2020 atribuído a programa de prevenção e reabilitação de reclusos

O Prémio ISPA 2020, que tem o objetivo de distinguir jovens cientistas na área da Psicologia e Ciências do Comportamento, foi atribuído ao investigador Nélio Brazão pela sua abordagem psicoterapêutica pioneira com reclusos.

 

Nélio Brazão tem 33 anos e é investigador do CINEICC da Universidade de Coimbra e do HEI-LAB da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Terminou o Doutoramento em Psicologia, especialidade em Psicologia Forense, pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra em 2018.

 

Depois da experiência de aplicação do programa Gerar Percursos Sociais (GPS) com adolescentes internados em Centros Educativos, Nélio Brazão decidiu, para o seu doutoramento, estudar a eficácia deste programa com reclusos de 11 estabelecimentos prisionais.

Este modelo de intervenção defende que há comportamentos que podem ser explicados por processamentos enviesados da realidade que, por sua vez, resultam de crenças disfuncionais sobre o Eu e os outros: “uma percentagem significativa dos reclusos são indivíduos que provêm de contextos familiares hostis: maus-tratos, negligência, abuso físico e emocional”, diz Nélio Brazão.

 

A partir destas experiências, os reclusos podem formar uma crença de Desconfiança/Abuso, que se traduz numa visão dos outros como abusivos e maltratantes. “Uma vez formada, esta crença passa a orientar a forma como os reclusos interpretam as situações sociais e interpessoais. Não raras vezes, os reclusos tendem a detetar ameaças ou insultos no comportamento das outras pessoas, mesmo perante atitudes inócuas, e agridem em função dessa interpretação”, acrescenta o investigador. O GPS tem como objetivo mudar estas interpretações erróneas.

 

Os resultados foram muito entusiasmantes, como explica Nélio Brazão: “ao fim de seis meses verificámos mudanças significativas; os reclusos começaram a interpretar as situações sociais de uma forma mais saudável e a visão negativa que tinham sobre si e os outros também diminui. No final do programa, continuou a observar-se um decréscimo e as melhorias foram ainda mais expressivas um ano após a conclusão do programa”.

 

Estes resultados podem ter implicações importantes, pois “se um programa de reabilitação for capaz de promover o ajustamento psicológico dos reclusos e se essas mudanças se refletirem numa diminuição da taxa de reincidência criminal, algo que pretendemos estudar no futuro, podemos estar a reduzir os custos económicos que o comportamento criminal acarreta para a sociedade e a contribuir para uma sociedade mais segura ”, conclui.

 

Realizado em conjunto com o Professor Daniel Rijo, autor do GPS e seu orientador de doutoramento, o estudo centrou-se em cerca de 250 reclusos do sexo masculino, distribuídos aleatoriamente por dois grupos: um grupo de tratamento (121 reclusos que participaram nas 40 sessões do GPS) e um grupo de controlo ou de comparação (133 reclusos que não frequentaram o programa).

 

Nélio Brazão explica também que “os reclusos foram avaliados ao longo de dois anos, em quatro momentos distintos: antes do início do programa, ao fim de seis meses, ao décimo-segundo mês e ao fim de um ano pós-programa”.

Estes resultados podem ter implicações importantes, pois “se um programa de reabilitação
for capaz de promover o ajustamento psicológico dos reclusos e se essas mudanças se
refletirem numa diminuição da taxa de reincidência criminal, algo que pretendemos estudar
no futuro, podemos estar a reduzir os custos económicos que o comportamento criminal
acarreta para a sociedade e a contribuir para uma sociedade mais segura ”, conclui.
Realizado em conjunto com o Professor Daniel Rijo, autor do GPS e seu orientador de
doutoramento, o estudo centrou-se em cerca de 250 reclusos do sexo masculino, distribuídos
aleatoriamente por dois grupos: um grupo de tratamento (121 reclusos que participaram nas
40 sessões do GPS) e um grupo de controlo ou de comparação (133 reclusos que não
frequentaram o programa).
Nélio Brazão explica também que “os reclusos foram avaliados ao longo de dois anos, em
quatro momentos distintos: antes do início do programa, ao fim de seis meses, ao décimo-
segundo mês e ao fim de um ano pós-programa”.
Programa ‘Gerar Percursos Sociais (GPS)’
O GPS é um programa de prevenção e reabilitação para indivíduos com comportamento
desviante, agressivo e antissocial. Tem por base o Modelo Cognitivo de Processamento de
Informação, ou seja, o modo como os seres humanos processam e interpretam as situações
sociais e interpessoais.
O uso do GPS neste estudo teve como objetivo mudar o processamento enviesado que os
reclusos fazem das situações sociais e interpessoais, numa tentativa também de alterar as suas
crenças disfuncionais (e.g., visão de si como diferente/inferior, visão dos outros como abusivos
e maltratantes) que, muitas vezes, estão subjacentes aos comportamentos criminais.
Prémio ISPA
O Prémio ISPA visa distinguir jovens cientistas (com menos de 35 anos e que tenham obtido o
último grau há menos de 5 anos) cujos trabalhos de investigação tenham sidos realizados
numa instituição de I&D nacional e publicados em revistas internacionais nos últimos três
anos.
Além dos percursos profissionais dos candidatos, o júri do Prémio ISPA valoriza a originalidade
e a fundamentação científica do trabalho apresentado, bem como o impacto da contribuição
científica para a área disciplinar em que se insere.
SOBRE O ISPA – INSTITUTO UNIVERSITÁRIO
O ISPA iniciou a sua atividade em 1962 como Instituto de Ciências Psicológicas. Como primeira
escola de Psicologia em Portugal, adotou em 1964 a designação de Instituto Superior de
Psicologia Aplicada (ISPA). Passou em 2009 a ISPA - Instituto Universitário, alargando a sua
oferta formativa e de investigação a áreas como a Educação, Biologia, Neurociências e
Bioinformática. Esta nova realidade traduz a excelência do seu projeto pedagógico e científico,
alicerçado na qualificação e prestígio do seu corpo docente e nas classificações atribuídas, por
entidades independentes. Pioneiro no ensino e investigação na área das ciências psicológicas e do comportamento, o ISPA é reconhecido nacional e internacionalmente pela excelência do
seu projeto pedagógico, científico e cultural.

Alexandra Sobreira

Gestora de Projetos de Comunicação

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