Município das Lajes do Pico - Artesanato Baleeiro passa à segunda fase das 7 Maravilhas da Cultura Popular. | Jornal “O Breves”–“ Breves TV Online”

Município das Lajes do Pico Artesanato Baleeiro passa à segunda fase das 7 Maravilhas da Cultura Popular. A candidatura do artesanato baleeiro, elaborada pela Câmara Municipal das Lajes do Pico, às 7 Maravilhas da Cultura Popular, na categoria de arte...

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Município das Lajes do Pico - Artesanato Baleeiro passa à segunda fase das 7 Maravilhas da Cultura Popular.

Data: 2020/06/29
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Município das Lajes do Pico
Artesanato Baleeiro passa à segunda fase das 7 Maravilhas da Cultura Popular.

A candidatura do artesanato baleeiro, elaborada pela Câmara Municipal das Lajes do Pico, às 7 Maravilhas da Cultura Popular, na categoria de artesanato, foi selecionada pelo painel de especialistas para passar à segunda fase deste concurso.

Vencedora das 7 Maravilhas à Mesa, a Câmara Municipal das Lajes do Pico, apresentou candidaturas às sete categorias deste novo concurso, tendo sido aprovada a candidatura no artesanato baleeiro. Valorizando um património único e distintivo da nossa cultura, integrado na Cultura da Baleia, o artesanato baleeiro tem uma referência histórica própria, com raízes na baleação americana dos sécs. XVIII e XIX que deixou, em várias ilhas dos Açores, peças em osso e dente de cachalote, produzidas a bordo das barcas baleeiras de New Bedford e de Nantucket.

A arte baleeira, uma forma de artesanato artístico, teve a sua origem nesse período histórico da baleação de longo-curso. Os objetos produzidos estavam associados às atividades marítimas e a um certo culto nostálgico do imaginário do mar. Esta arte de bordo funcionava como uma espécie de terapia ocupacional, assumindo no contexto da sua produção, um valor mítico-simbólico e cultural. O termo scrimshaw, em sentido restrito, designa as produções artísticas realizadas em osso, dente e barbas de baleia.

A baleação sedentária, introduzida nos Açores em meados do séc. XIX, sobreviveu, como indústria relíquia, até 1984. A relação construída entre a história, os homens e as baleias não se perdeu. Nas décadas de 80 e de 90 do séc. XX, a valorização ecológica dos cetáceos e a musealização e patrimonialização da cultura da baleia marcaram a identidade açoriana. O cachalote renasceu como objeto de culto, emblema e símbolo dos Açores.

Com a baleação sedentária e estacional nas ilhas, a partir de meados do séc. XIX, o osso mandibular e o marfim de cachalote passaram a fazer parte do quotidiano das gentes, como matéria-prima para o fabrico de utensílios e artefactos de cariz utilitário e funcional.

Com o fim da caça à baleia, a memória da baleação estimulou a produção de objetos decorativos e de adorno, com fins comerciais, usando já técnicas e processos de execução que permitem um elevado aperfeiçoamento estético e artístico, com assinalável valor simbólico, cultural e patrimonial.

Ao longo das últimas décadas, milhares de peças, de grande valor artístico e documental, saíram dos Açores, adquiridas por museus internacionais, colecionadores nacionais e estrangeiros e turistas do mundo inteiro.
Esta arte baleeira, na sua profunda singularidade, deve ser entendida como uma imagem de marca da nossa inventiva artística, da nossa especificidade cultural e da nossa identidade associada às memórias e ao imaginário profundos da terra e do mar.

Esta magnífica, espetacular e única expressão artística, produzida hoje à escala mundial, agasalha um gesto antigo e um modo de vida ancestral. Faz parte de uma cultura de tradição, resistente, com que vamos reinventando os sonhos e as utopias do grande mar que nos fecunda a vida há mais de cinco séculos.

As Lajes do Pico são, na atualidade, o único centro de produção deste fascinante artesanato, com reputação e prestígio mundiais. Uma espécie de derradeiro santuário desta forma sublime de criação artística e artesanal. De um artesanato que recusando a clausura da tradição se abre, criativamente, à modernidade e à inovação. Que nos devolve, pela grande qualidade artística, e pela dimensão mágico-simbólica de que se reveste, ecos e ressonâncias de um tempo fundo, espesso e universal, onde a memória e a saudade nostálgica e romântica se entrelaçam nos fios de uma ilha e de uma terra que teimam em ser diferentes e únicas à escala global.

Esta singular manifestação artística, local e regional, nasce, pois, da relação medular, física e cultural, que fomos capazes de estabelecer com as baleias e com o mar.

Os trabalhos executados em osso e dente de cachalote são uma das mais importantes manifestações da arte açoriana do séc. XX, com especial incidência nas Lajes do Pico, a Capital da Cultura da Baleia.

 
 
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