Opinião
"Presidente de Menos"
José San-Bento - 2020-07-06
A Assembleia Municipal de Ponta Delgada reuniu-se na segunda-feira passada, precisamente há uma semana.
A reunião decorreu numa circunstância especial. Era a primeira vez que uma nova Presidente de Câmara participava, nessa qualidade, numa Assembleia Municipal.
A Assembléia Municipal é um órgão deliberativo que, de acordo com a Lei que regula as atribuições e competências dos órgãos autárquicos, fiscaliza a atividade do executivo camarário. Ou seja, em uma reunião normal da Assembléia Municipal ou Presidente da Câmara, é possível responder a diversos esclarecimentos que são solicitados pelos membros da Assembléia. Excecionalmente, pode participar de alguns verificadores que, naturalmente, respondem a solicitações mais difíceis, em razão das competências que estes detêm no executivo camarário.
O problema é que a última reunião da Assembleia Municipal de Ponta Delgada foi tudo menos normal. Assistimos a algo inédito e difícil de imaginar. Testemunhamos uma situação confrangedora em que a Presidente Maria José Duarte manifestou grande insegurança e uma clara incapacidade de responder ao que lhe era solicitado. Mesmo em áreas de competência direta da Presidente a sua incapacidade em esclarecer foi notória.
Será possível uma pessoa desempenhar bem as suas funções executivas e explicar (muito) mal o que faz? Estaremos perante o nervosismo natural de início de funções de grande responsabilidade ou confrontamo-nos com um problema sério de liderança política? Estamos perante um problema de comunicação ou uma questão de substância? Ou serão ambos?
Os próximos meses serão decisivos para o esclarecimento cabal das nossas dúvidas. Guterres dizia que “não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão”. A Presidente de Ponta Delgada perdeu claramente essa primeira oportunidade. Na última Assembleia Municipal Maria José Duarte foi “Zézinha” de mais e presidente de menos.
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"Presidente de Menos"
José San-Bento - 2020-07-06







