Opinião
"Autonomia por Procuração"
José San-Bento
Consta que, pela primeira vez, não há escopo de audições aplicadas para a fixação de dados de regiões, ou o Presidente da República dirige um convite diretamente para as agências regionais brasileiras dos partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa da Região Autônoma dos Açores.
Face à importância política desse gesto, que é óbvia, ganham um significado especial como presenças e ausências nessas audições.
Lamentavelmente, alguns membros envolvidos em situações anteriores, não percebem, por distração ou inabilidade política, uma oportunidade que é oferecida, tendo optado pela ausência (PPM e PSD).
Incompreensivelmente, desperdiçou uma excelente oportunidade de valorização da nossa Autonomia.
O PS-A foi o único partido que se fez representar ao mais alto nível. Uma delegação composta pelo Presidente do PS-A, Vasco Cordeiro, e pelo líder parlamentar, Francisco César, compareceu, presencialmente, na referida audiência.
O que está em causa não é apenas o respeito institucional devido ao Senhor Presidente da República.
O que está em causa, também, é a miopia política de quem enche a boca a falar da valorização da Autonomia e, depois, deixa escapar uma autêntica oportunidade de ouro.
Nas atuais circunstâncias, a ausência do líder do segundo maior partido, com a infeliz desculpa do receio da COVID-19, para além de miopia política, revela uma confrangedora incoerência.
Quem põe cartazes na rua dizendo que é necessário substituir o medo pela confiança, contradiz-se cruelmente, quando, por medo, desperdiça uma oportunidade histórica.
Assim, com mais esta omissão ou, em rigor, uma clara demissão de responsabilidades, não são só estes partidos (PSD e PPM) que perdem, mas sim os eleitores que neles votam que vêm defraudada a representação que deles esperam. É que cá, como lá, a Autonomia não se exerce por procuração.
Opinião
"Autonomia por Procuração"
José San-Bento
2020-07-28





