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António Leal
ASPECTOS DA NOSSA TERRA (11)
UM PASSEIO PELO INTERIOR DA ILHA
Para quem deseje dar um passeio sem parada obrigatória em determinado lugar, há uns certos percursos que se podem fazer, com relativa rapidez, nos quais se obtém ver algo de interessante.
Um passeio agradável, para os que queiram conhecer o interior da Ilha, é tomar pela estrada da Achada, onde, como já dissemos, se podem admirar os lindos bardos de hortenses e de roseiras de silvado.
Ao chegar à estrada que dá para o lugar do Salto do Cabrito, pode subir-se a mesma e seguir até ao Pico da Bagacina, percurso esse que se faz através das grandes criações onde nascem e vivem os toiros que os nossos ganadeiros alugam por bom dinheiro para serem corridos, de Maio a Outubro, em todas as freguesias da Ilha.
Prosseguindo em direcção às Doze Ribeiras, teremos a oportunidade de admirar um lindo panorama. A partir de certa altura, começam a aparecer-nos, à nossa esquerda, os diversos agregados populacionais que constituem as freguesias de Santa Bárbara, de Cinco Ribeiras, de S. Bartolomeu e o lugar do Pesqueiro, cujas casas branquinhas, dispostas ao longo da estrada nacional, formam um quadro de maravilha.
Alongando mais a vista, podemos admirar a Ilha de S. Jorge, na qual há quem afirme se divisam, em dias claros, o amarelo dourado das searas e o branco das casa. Por detrás dela fica a Ilha do Pico, cujo pico se pode ver projectado no azul do céu, quando há bom tempo.
De certos pontos do percurso, avista-se também o Monte Brasil a projectar-se por cima das matas e dos pomares do Pico da Urze, da Terra Chã e de S. Carlos, o que constitui um lindo quadro paisagístico.
Atingida a freguesia das Doze Ribeiras, voltamos à esquerda pela estrada nacional, fazendo agora o percurso através das freguesias anteriormente mencionadas.
À medida que avançamos para o Sul, a estrada vai-se aproximando da beira-mar, o que nos permite ir admirando os recortes da costa, talhados na lava negra que faz lembrar antigas erupções vulcânicas.
Vamos a entrar em S. Mateus. Logo após uma pequena subida, surge à nossa esquerda a Igreja Paroquial, de frontispício imponente, cujas torres nos dão a impressão de terem sido construídas assim tão altas para que os filhos da freguesia sintam a sua presença amiga mesmo quando, no mar alto, se dediquem à faina da pesca.
Logo adiante, o porto marítimo onde se agrupam os pequenos barcos em que os bravos homens do mar de S. Mateus percorrem grandes distâncias para poderem pescar o peixe que, depois, é vendido na cidade e em quase toda a Ilha.
À nossa esquerda, fica situado o bairro para pescadores, grande melhoramento que S. Mateus ficou a dever ao Estado Novo.
Vamos entrar em Angra do Heroísmo. Passado o Largo da Silveira, que em tempos teve a designação do «Largo Ferreira Drumond», chegamos aos Portões de S. Pedro e embrenhamo-nos nas ruas da cidade, dando assim por terminado um agradável passeio nesta Ilha Terceira de Nosso Senhor Jesus Cristo .
Lajes, Fevereiro de 1963
LMD (Luís Machado Drumond)
139
Pessoas alcançadas
1
Envolvimento
Turbinamento indisponível
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