O parlamento aprovou hoje por unanimidade uma proposta do Bloco de Esquerda que recomenda ao Governo a implementação de medidas que permitam o diagnóstico e o tratamento precoces da endometriose, uma doença crónica que afeta cerca de 10% das mulheres e...
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O parlamento aprovou hoje por unanimidade uma proposta do Bloco de Esquerda que recomenda ao Governo a implementação de medidas que permitam o diagnóstico e o tratamento precoces da endometriose, uma doença crónica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil, e que provoca dor, sofrimento e até infertilidade, e que é muitas vezes desvalorizada e diagnosticada demasiado tarde.
No debate da iniciativa, a deputada Alexandra Manes começou por reproduzir os testemunhos reais de mulheres que sofreram de endometriose, que durante anos viram o seu sofrimento ser desvalorizado, “quer pela comunidade médica, quer pela sociedade, que sempre atribuiu à menstruação, um período de dor e sofrimento”.
“Tendo em conta a descrição dos sintomas e os impactos que têm na saúde, qualidade de vida social, profissional, relacional, sexual e reprodutiva das mulheres não é difícil perceber que esta é uma doença que deixa uma marca intensa na vida das mulheres, muitas vezes logo desde que se inicia a puberdade”, disse a deputada do Bloco de Esquerda.
“Estas consequências são agravadas pelo diagnóstico tardio da doença, o que faz com que as mulheres tenham que viver durante muitos anos com a doença, sem saberem que a têm, sem obterem uma validação das suas queixas e sem terapêutica adequada que possa ajudar a controlar e combater os sintomas”, acrescentou.
“Dor pélvica persistente e/ou intensa não é normal e essa ideia precisa de ser desconstruída na sociedade em geral, junto de todas as mulheres, sejam jovens ou adultas, e dos profissionais de saúde. A sensibilização das mulheres para a identificação de sintomas que podem indicar algo que está muito para lá do desconforto da menstruação, assim como a sensibilização dos profissionais de saúde para não desvalorizarem estes mesmos sintomas, tornará possível um diagnóstico e tratamento mais precoce da doença”, salientou Alexandra Manes.
Assim, no seguimento da aprovação desta proposta, o Governo deverá agora promover a divulgação de informação sobre endometriose nas unidades do Serviço Regional de Saúde, em particular nos Cuidados de Saúde Primários, destinada a utentes em geral e a profissionais de saúde, incluir a endometriose no Plano Regional de Saúde, adotar medidas, sejam informativas e de sensibilização, sejam de acesso a consultas e meios complementares de diagnóstico, que garantam um diagnóstico precoce da endometriose, e promover ações de informação e consciencialização junto da comunidade escolar sobre esta doença e os seus sintomas e sobre o que fazer e onde se dirigir no caso de presença de sintomas compatíveis com endometriose.
Horta, 19 de maio de 2021