Preservar a unidade dos Açores | Jornal “O Breves”–“ Breves TV Online”

Esta declaração política tem um título: preservar a unidade dos Açores. Tem um propósito: dar um contributo no âmbito da causa maior que é a preservação da unidade dos Açores, que o mesmo é dizer da nossa Autonomia. Ao longo da nossa História, os Açore...

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Preservar a unidade dos Açores

Data: 2021/05/20
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Esta declaração política tem um título: preservar a unidade dos Açores. Tem um propósito: dar um contributo no âmbito da causa maior que é a preservação da unidade dos Açores, que o mesmo é dizer da nossa Autonomia.

Ao longo da nossa História, os Açores foram, quase sempre, uma designação geográfica e muito poucas vezes uma unidade política. Antes da unidade conseguida com a Autonomia, que data de 1976, o único precedente, que unificou a jurisdição administrativa, judicial e militar de todas as ilhas do arquipélago, foi a Capitania-Geral dos Açores, criada em 1766, com sede em Angra, que vigorou formalmente até 1832.

A Primeira Autonomia, a de 1895, que era apenas administrativa, não incluiu todas as ilhas dos Açores. O Pico, o Faial, as Flores e o Corvo não a integraram.

A nossa atual Autonomia, que é a primeira que é política e que contempla amplas margens de autogoverno, com jurisdição em todas as ilhas, é muito recente e precisa de tempo para se afirmar. Não pode ser traída. Temos de a defender todos os dias. Pelo que ela representaem termos de progresso, justiça e prosperidade para as populações das nossas ilhas. De todas as nossas ilhas.

Pelo que ela representa em termos de genuíno sentir coletivo. Da perceção que a maioria dos Açorianos, de todas as ilhas, partilhamem relação ao facto de constituírem um único Povo, unido pela História e por fortes laços de solidariedade.

E quem aqui defende estes princípios é alguém que nasceu no Alentejo. Uma terra maravilhosa que amo, como se ama uma mãe. Mas vivi nos Açores metade da minha vida. Também me considero açoriano e tento retribuir, em todos os momentos da minha vida, o muito que devo ao Povo Açoriano. Devo aos Açores a oportunidade de aqui desenvolver a minha carreira de professor e a enorme honra de integrar este Parlamento. Esta vida não chega para pagar a gratidão que sinto.

Soualentejano, como fazem questão de frisar muitos dos meus críticos. Sou e tenho muito orgulho nisso. Muitoorgulho. Sou também açoriano e não deixo que ninguém me tire essa honra. Sou português e europeu. Sou cidadão do mundo.

Um dos dramas deste mundo é que alguns tenham a perceção que existem identidades que excluem outras. Que um muçulmano não pode ser europeu. Que alguém com ascendência africana não é um português de origem, isto quando algumas dinastias africanas governaram o território que hoje é Portugal muito antes de ele ter existido. A maior parte das vezes o preconceito éfilho da ignorância.

Podem e devem existir identidades sobrepostas. O que não pode existir, o que não pode triunfar é a tribo dos que passam a vida a excluir os outrossó porque estes não nasceram no lugar certo, não professam o credo certo ou não têm a cor certa.

Esta é uma batalha que deve ser travada. Os Açores são um lugar livre. Os Açores sãoa casa da liberdade. Todos os que vierem por bem são bem-vindos.Vou lutar por isso. Contra o preconceito. Contra a exclusão.

 

Meus senhores!

Acentua-se, nos dias de hoje, o discurso bairrista nos Açores. Existe quem queira dividir os açorianos,fomentando a inveja e o preconceito. Fomentando a divisão. Existem raízes profundas para isso. Existe um método que triunfou ao longo de grande parte da nossa História: dividir para reinar. Para subjugar. Para manter as hegemonias de sempre e as desigualdades que perduram.

Durante os séculos em que estivemos divididos, prosperaram e eternizaram-se, no poder das diversas ilhas, os senhores locais e a força do que foi, muitas vezes, um colonialismo igual a todos os outros.

A Autonomia, a unidade dos Açores, é o único instrumento eficaz para combater a força do centralismo e a prevalência das forças sociais e económicas que querem restaurar alguns dos instrumentos de domínio, hegemonia e exploraçãodas velhas capitanias.

Estes velhos poderes, estas forças centrífugas, florescem sempre nas crises económicas e socias, que transformam depois em crises políticas. Este é o tempo de resistir a este tipo de discurso. Ao discurso bairrista. Contrapor a generosidade aos que pregam o egoísmo. O amor aos que pregam o ódio.

É tempo, nunca o deixou de ser, dedefender os Açores unidos. A Autonomia dos Açores.

Vamos para as nossas escolas ensinar o que significou a Autonomia em termos de liberdade e progresso. Temos de transmitir a importância da unidade dos Açores. Uma unidade que nos protege da força esmagadora do centralismo e do localismo exacerbado.

No discurso público é tempo dos autonomistas cerrarem fileiras na defesa da unidade dos Açores e da nossa Autonomia. Não existe unidade dos Açores sem a Autonomia e não existe Autonomia sem a unidade dos Açores.

É este o apelo. Vamos defender a unidade dos Açores contra os que a querem destruir.Temos, todos, de dar um passo em frente.

 

Viva os Açores!

 

Horta, Sala das Sessões, 20 de maio de 2021

 

 

O Deputado do PPM,

 

Paulo Estêvão

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